A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a Operação Zero Grau nesta segunda-feira (8) para cumprir mandados de busca e apreensão contra um grupo de influenciadores digitais que estaria promovendo e divulgando competições de velocidade e manobras arriscadas, popularmente conhecidas como “rachas”, em vias movimentadas do estado.
Segundo a polícia, o grupo criou uma rede clandestina de corridas ilegais, utilizando as ações criminosas para ganhar seguidores e lucrar milhões com a exposição.
As investigações são conduzidas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Seis influenciadores foram presos em flagrante durante a operação. Entre os detidos estão Wandemberg da Silva, conhecido como Lobão, que acumula 137 mil seguidores em uma rede social, Roger Barreiros e Jean Batista. Juntos, os três somam mais mais de 1 milhão de seguidores nas plataformas digitais.
Manobras arriscadas e crimes investigados
Os vídeos que circularam nas redes sociais e motivaram a ação policial mostram manobras de alto risco sendo realizadas em diversos locais. Entre os flagrantes, estão a pilotagem da manobra “grau”, onde os influenciadores empinam motocicletas e quase se machucam, além de colocar em perigo motoristas e pedestres.
Um dos vídeos mais notórios, associado a Wandemberg da Silva, o Lobão, mostra uma moto aquática sendo pilotada na Ponte Rio-Niterói. Outras imagens flagraram “pegas” com triciclos e motos nos trilhos do trem e em ruas de comunidades.
Durante a Operação Zero Grau, as autoridades realizaram a apreensão de cinco carros, cinco motos e quadriciclos que seriam utilizados nas infrações e na gravação dos conteúdos.
A polícia afirma que o principal objetivo dos influenciadores era lucrar com as manobras ilegais e aumentar a base de seguidores. Os investigadores estimam que a rede criada pelo grupo gerou milhões de reais em lucro enquanto divulgavam abertamente as infrações de trânsito e outros crimes.
Os influenciadores são investigados pelos crimes de atentado contra a segurança de meios de transporte, adulteração de sinal identificador de veículo, incitação ao crime e associação criminosa. As investigações continuam com a perícia dos aparelhos eletrônicos apreendidos para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e bens adquiridos com o lucro das atividades ilegais.