
Criminosos estão se aproveitando da fragilidade de famílias com parentes internados para aplicar golpes envolvendo pedidos de dinheiro via Pix. Um caso recente envolveu a ouvinte da BandNews FM Débora Nakano, no início de agosto, em São Paulo.
O irmão de Débora sofreu um acidente de moto, fraturou a clavícula e precisou passar por cirurgia. Durante o procedimento, em um hospital particular na Zona Sul da capital, a família recebeu uma ligação de um suposto médico informando complicações graves e solicitando, com urgência, a transferência de R$ 9.800 para a aplicação de uma injeção.
“O falso doutor ligou, disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, mas que descobriram um amontoado de células mortas e que isso levaria o paciente a falência múltipla dos órgãos podendo chegar a óbito”, conta Débora Nakano.
Durante a chamada, o golpista apresentou dados precisos sobre o paciente: nome completo, plano de saúde, tipo de cirurgia e data da internação: “quando chegamos na diretoria do hospital, informaram que realmente era golpe, que estava acontecendo muito, e que só no dia que ligaram para nós, tinha mais cinco casos de famílias chegando desesperadas lá com a mesma história”, relata Débora.
O presidente da Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, Anis Ghattás Mitri Filho, reforça que hospitais nunca solicitam pagamentos extras por telefone.
“Estamos atentos a esse tipo de golpe e propusemos uma ação unificada entre os hospitais para padronizar a comunicação com os pacientes e suas famílias. Quanto mais pessoas forem informadas, menor o risco de novas vítimas”, explica Mitri.
A associação também orienta que, diante de qualquer denúncia, as instituições de saúde abram sindicâncias internas para investigar possíveis vazamentos de dados de pacientes.