
O ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, negou ter colocado à disposição de Bolsonaro as tropas da força armada em meio a um plano de golpe de Estado. O militar da reserva depõe como réu nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal.
Garnier confirmou a reunião da trama golpista, mas que não houve deliberações. "O presidente (Jair Bolsonaro) não abriu a palavra para nós, ele só expressou preocupações e análises de possibilidades do que propriamente uma ideia ou uma intenção de conduzir alguma coisa em uma certa direção", afirmou.
O almirante citou que a maior preocupação era com a segurança pública e, por isso, foi cogitada a GLO, a Garantira da Lei e da Ordem. Garnier negou que colocou as tropas à disposição, alegando que apenas trabalhou dentro da atitude institucional.
"É normal na minha atitude, me atenho às minhas funções e responsabilidades. Às vezes, lendo os depoimentos. [...] O estatuto diz que a um subordinado se dá o direito de pedir, por escrito, uma ordem que receba e considere flagrantemente ilegal. Para mim, ilações, discussões, eram conversas de bar. Eu me ative ao meu papel institucional", afirmou.
Confira a ordem dos depoimentos desta terça-feira (10):
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, candidato à vice-presidência da República em 2022.