
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, afirmou que não discutiu ou trabalhou na construção da minuta do golpe. Ele é réu por envolvimento na tentativa de golpe de Estado e depõe no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (10).
Segundo Torres, o documento foi enviado diretamente para a casa dele. "Não tratei isso com ninguém, isso veio ao meu gabinete no Ministério da Justiça, organizado pela minha assessoria dentro de um envelope que veio parar na minha casa", disse.
O ex-ministro afirmou que nunca debateu sobre o assunto. "Foi uma fatalidade que aconteceu, que deveria ter sido destruído, nunca trabalhei isso, o documento era mal escrito e até o nome do tribunal estava escrito errado. Não sei quem fez ou mandou fazer e nunca discuti esse assunto", pontuou.
Sobre a relação entre o governo e o STF, Torres afirmou que se esforçou na comunicação entre os poderes. "Era um momento muito acirrado entre Executivo e Judiciário, fui um dos que mais me esforcei para que a relação não se esbagaçasse, mas sentia uma pressão grande em relação ao que fazer, àquele momento, havia todos os dias uma série de proibições", pontuou.
Confira a ordem dos depoimentos:
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, candidato à vice-presidência da República em 2022.