
A notícia de que o apresentador Edu Guedes foi diagnosticado com um câncer de pâncreas preocupou seus fãs. “Esse não é o fim, mas sim um recomeço”, enfatizou o chef em mensagem enviada por meio de sua assessoria. Ainda não há informações sobre o estágio em que a doença se encontra, mas especialistas alertam que este tipo de câncer costuma ser traiçoeiro, uma vez que é difícil um diagnóstico precoce.
O pâncreas fica localizado atrás do estômago e tem a função de produzir hormônios que ajudam na digestão.
“O câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais silenciosas e agressivas, e por isso demanda atenção redobrada tanto dos médicos quanto da população. Nos estágios iniciais, o câncer de pâncreas costuma não apresentar sintomas específicos, o que dificulta sua detecção precoce. Quando os sinais aparecem, já é comum que a doença esteja em fase mais avançada”, ressalta Jorge Abissamra Filho, chefe de Oncologia Clínica do Hospital Santa Clara, em entrevista ao Band.com.br.
O médico diz ainda que, nestes estágios mais avançados, os sintomas tendem a incluir: Dor abdominal persistente (que pode irradiar para as costas), perda de peso sem causa aparente, icterícia (pele e olhos amarelados), fezes esbranquiçadas e urina escura, fadiga intensa, náuseas, perda de apetite e sensação de estufamento e aparecimento de diabetes repentino.
Tratamentos
Caso a doença seja identificada, Abissamra Filho detalha que a principal forma de tratamento é uma cirurgia para a retirada do tumor.
“A cirurgia, no entanto, é bastante complexa e só pode ser realizada em casos selecionados. Após a operação, a quimioterapia adjuvante (preventiva) costuma ser indicada para reduzir o risco de retorno da doença”, aponta o especialista.
Ele afirma que em casos mais avançados, o que costuma se realizar é uma quimioterapia paliativa, ou seja, sem objetivo de cura, além de radioterapia e cuidados de suporte.
“É possível também realizar quimioterapia neoajuvante (antes da cirurgia) com o objetivo de diminuir a lesão para operar depois em casos selecionados”, frisa.
Gravidade e prevenção
O oncologista ressalta ainda que por se tratar de um câncer que muitas vezes demora a ser identificado, o câncer de pâncreas apresenta uma das menores taxas de sobrevida.
“Ele cresce próximo a vasos sanguíneos importantes e responde de forma limitada a muitos dos tratamentos disponíveis, o que contribui para sua gravidade”, explica.
Jorge Abissamra Filho diz ainda que não há uma forma garantida de impedir o surgimento da doença, mas existem alguns hábitos que podem ajudar, como, não fumar, manter o peso saudável, praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação rica em vegetais, frutas, fibras e com baixo consumo de gorduras processadas e carnes vermelhas e controlar doenças como diabetes tipo 2 e pancreatite crônica.
“Além disso, pessoas com histórico familiar devem conversar com seus médicos sobre rastreios genéticos e exames de imagem periódicos, especialmente se houver síndromes hereditárias envolvidas”, arremata.