
Um alerta para as mulheres que usam anticoncepcionais e que também aplicam a caneta para emagrecer: a combinação entre os dois remédios pode atrapalhar a eficácia dos medicamentos.
A preocupação é com relatos que se tornam cada vez mais frequentes. Mulheres que engravidaram durante o tratamento com injeções para emagrecer, mesmo usando pílula anticoncepcional via oral. O alerta mais recente veio em junho da agência reguladora de medicamentos do Reino Unido.
Uma das causas é a ação da molécula GLP-1. Entre os mecanismos para emagrecer, ela fez o alimento ficar mais tempo no estômago. Isso pode atrasar ou diminuir a absorção de medicamentos orais, como as pílulas, e atrapalhar a ação dos hormônios e que impedem a ovulação.
Isso também pode ser provocado pelos efeitos colaterais das canetas, como vômitos e diarréias, e pelo aumento da fertilidade provocada pela perda de peso.
“A orientação é: ou você muda o método contraceptivo para um método não oral, aí pode ser implante, pode ser transtérmico, transvaginal ou você adiciona o método de barreira, como por exemplo a camisinha”, diz o endocrinologista Ramon do Nascimento.
A bula do mounjaro alerta para a necessidade de métodos contraceptivos adicionais. Já a do Wegovy diz que o produto não afetou, de forma relevante, a absorção de anticoncepcionais orais. Mesmo assim, recomenda cautela no uso off.
Ainda faltam estudos que explicam melhor a interação entre as canetas emagrecedoras e os contraceptivos orais. E também são limitadas as informações de segurança sobre o uso das canetas durante a gravidez, o que reforça o alerta sobre o risco de auto-medicação.