Ao analisar o caso da jovem morta com um tiro na cabeça durante um assalto, o vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo, fez duras críticas ao atual sistema de justiça criminal do país, apontando a "audiência de custódia" como um fator que contribui para a sensação de impunidade.
Durante entrevista no Brasil Urgente, o coronel contrastou duas fases de sua carreira na polícia. Segundo ele, antigamente, um criminoso preso por um delito grave "literalmente ficava preso", cumprindo a pena e dando uma resposta à sociedade. "Eu peguei uma fase em que essa pessoa ficava presa", afirmou.
No entanto, Araújo descreve uma mudança drástica no cenário atual, que ele chama de "fase pós-audiência de custódia". Ele explica que, neste novo sistema, o criminoso é levado a uma audiência com um juiz no dia seguinte à prisão e, na maioria das vezes, acaba sendo solto. "O criminoso dificilmente fica preso. Na maioria dos casos, esse criminoso, ele é solto", declarou.
Essa dinâmica, segundo o vice-prefeito, gera uma profunda frustração nos policiais, que veem seu trabalho ser desfeito rapidamente. Ele resumiu o sentimento com uma frase contundente: "Nós cansamos de prender e a justiça cansa de soltar".
Ao final de sua análise, o Coronel Mello Araújo projetou um desfecho para o caso específico do atirador que matou a jovem: para ele, é "muito provável que a pessoa vai responder em liberdade", reforçando sua crítica sobre a fragilidade do sistema em manter criminosos perigosos detidos após a prisão.