Casos de estresse pós-traumático e fobias vem aumentando. Especialistas citam casos de violência e a pandemia entre os motivos que afetam a saúde mental.
Um medo que paralisa e surge mesmo quando não há perigo. Os 15 minutos dentro de um carro sendo ameaçada por assaltantes trouxeram consequências para vida da estudante Laura.
“Fiquei muito mal. Nos dias seguintes tive muitos pesadelos com pessoas me perseguindo, e a ansiedade do dia a dia, de ficar assustada quando passo numa rua mais deserta e se um homem passa perto de mim e tal”, disse.
Ela conta que até deixou de frequentar o bairro boêmio onde ela foi abordada.
“Eu ia pra lá todo fim de semana, e não quero mais frequentar.”
O impacto psicológico de viver ou presenciar uma situação violenta é tão grande que pode afetar o cérebro a ponto de desenvolver stress pós-traumático. Um transtorno caracterizado principalmente pelo sofrimento intenso ao se deparar com situações que remetam ao trauma, além de flashbacks e pesadelos.
As buscas no Google por stress pós-traumático triplicaram em 10 anos e hoje estão no maior patamar da história. Outro transtorno, a agorafobia também é destaque: o aumento nas pesquisas foi de 78% em cinco anos.
É o medo de estar em lugares públicos e situações que possam causar pânico. Uma condição que se tornou mais comum também depois da pandemia. A pessoa deixa de sair de casa, evita aglomerações, vai se isolando.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, foram registrados 7.400 atendimentos ambulatoriais no sus relacionados a esse transtorno.
“O tratamento indicado para o quadro de agorafobia, ele se baseia principalmente em psicoterapia. E eventualmente a gente vai precisar usar medicação", explicou o médico psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Marcel Tavares.