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Ceará comenta mudanças no humor e faz alerta sobre “liberdade de expressão"

O humorista Francisco Wellington de Moura Muniz, conhecido como Ceará, detalhou sua carreira e refletiu sobre a evolução do humor no Brasil em entrevista a Felipeh Campos no Melhor da Noite. Natural de Fortaleza (Ceará), o artista discutiu a força do humor cearense, sua transição de profissão e o desafio de ser criativo e comedido na era da polarização social.

Influência de Chico Anísio

Ceará conta que se inspirou em grandes mestres para fazer comédia. "Comecei graças ao precursor que foi o Chico Anísio, que é um dos meus mestres, ídolos, que começou com isso”, disse. O artista ainda mencionou outros nomes, como Renato Aragão e Tom Cavalcante, além de Falcão e Tiririca.

Ceará reconheceu que, embora haja muita gente talentosa sem o devido espaço na grande mídia, as redes sociais e a internet facilitaram a visibilidade atualmente. “Imagina há quantos anos o cara lutava para estar na televisão. Era difícil chegar na TV, e hoje as coisas mudaram”, refletiu.

Origem humilde 

O humorista relembrou a origem humilde de sua família, o que moldou sua visão sobre o trabalho. Seu pai, com poucos recursos, era o responsável por fazer todos os consertos em casa, atuando como mecânico, eletricista e pedreiro, e o jovem Ceará observava tudo com atenção.

Por ser muito tímido e introspectivo, ele não conseguia ter um bom desempenho na escola. “Aí meu pai falou, poxa, eu pago o colégio para você, particular para você não passar de ano, então vai fazer um curso técnico”, contou Ceará.

Ele começou na tornearia mecânica, mas logo percebeu que precisava de algo mais promissor. “Falei, eu quero algo melhor, então faz aeronáutica. Passei na aeronáutica”.

No entanto, a oportunidade de fazer show para ganhar dinheiro surgiu antes, e ele optou pela carreira artística, pedindo dispensa da Aeronáutica. “E cá estou eu há 36 anos trabalhando com humor e vivendo dele”, concluiu.

“A forma de fazer comédia mudou”

Ceará também discutiu as transformações na comédia ao longo das últimas décadas. O apresentador afirmou que o humor de hoje é "subjetivo", pois o que é engraçado para um pode ser sem graça para outro.

O humorista nota uma tendência dos profissionais estarem "muito comedidos e preocupados em fazer humor" devido à "polarização".

Segundo Ceará, isso tem feito com que a categoria não tenha mais a mesma liberdade de expressão, citando o exemplo da imitação de figuras políticas. "Parece que a gente tá voltando numa ditadura, né, porque falavam que o cara tinha que ir lá, o senso olhava, nessa música você não pode, tira essa frase, essa piada você muda".

O artista, contudo, afirmou que não deixou de fazer nenhum personagem por conta disso.

Podcast “Festa da Firma”

Além da carreira de comediante, Ceará demonstrou uma grande paixão por entrevistar, um trabalho que ele desenvolve em seu podcast ‘Festa da Firma’.

Ele admitiu que o grande público o conheceu pelas imitações de celebridades como Silvio, Bethânia e Caetano, mas após um tempo ele conseguiu ganhar o público como Ceará,  

Fonte: Band.
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