
O chefe do tráfico morto durante operação policial no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, tinha 227 anotações criminais por vários crimes, incluindo homicídio. O bandido Thiago da Silva Folly, o ''TH' também possuía 17 mandados de prisão em aberto.
Durante a ação desta terça-feira (13), que ainda resultou nas mortes de dois homens que atuavam como seguranças do bandido, vias expressas da cidade foram interditadas.
Segundo a Polícia Militar, o criminoso foi encontrado junto com os seguranças em uma casa na favela do Timbau, uma das 11 comunidades controladas pelo Terceiro Comando Puro (TCP) chefiadas por TH. O bandido vinha sendo monitorado há 11 meses após participar da morte de dois agentes do BOPE, em junho do ano passado.
Os policiais Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias morreram durante operação no Complexo da Maré em confronto com bandidos integrantes da quadrilha de Thiago Folly.
Além dos homicídios contra os agentes, o criminoso já havia sido denunciado pela Justiça Militar por ter envolvimento na morte de um cabo do Exército Michel Augusto Mikami, em 2014. O militar foi morto com tiro na cabeça enquanto fazia parte da Força de Pacificação na Maré.
Dois anos depois, ''TH'' foi novamente indiciado por ter ordenado que a seus traficantes atirar contra uma viatura da Força Nacional que entrou por engano na comunidade da Vila do João. Na ocasião, o agente Hélio Messias de Andrade foi atingido na cabeça e não resistiu. Um outro policial também foi baleado.
Segundo a Polícia, o bandido deu ordens para atirar em qualquer veículo que entrasse na favela sem se identificar. No mesmo ano, um engenheiro de 53 anos foi morto baleado após entrar por engano na Maré. Uma outra mulher, de 49 anos foi baleada na coxa direita pelo mesmo motivo.
O comandante de gestão operacional da PM, Ranulfo Brandão, afirmou que TH também era um dos maiores ladrões de veículos e cargas da capital e que ele ordenou a tentativa de roubo que aconteceu com o goleiro Rossi, do Flamengo, na madrugada da última quinta (7).
O secretário de segurança pública do Rio Victor Santos comparou o Rio de Janeiro à Itália de 20 anos atrás, que era controlada por mafiosos.
Momentos antes da ação da Polícia Militar, ainda na madrugada, duas pessoas foram baleadas na Avenida Brasil, na altura da Nova Holanda. Segundo a PM, bandidos passaram de carro e atiraram em Diogo Santos, de 27 anos, e Valfrido Rodrigues, de 47, por volta de 1h10. As vítimas foram socorridas ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e têm quadro de saúde estável. De acordo com a corporação, a ação não teve relação com a operação.
No início da manhã desta terça (13), um blindado da PM chegou a fechar a Linha Amarela e agentes fizeram disparos em direção ao conjunto de favelas. Na Linha Vermelha também houve interdições intermitentes. Em alguns pontos, motoristas deixaram os carros e se abaixaram para se proteger dos disparos.
Ouvintes da BandNews FM agradeceram à rádio pelas informações que ajudaram eles a mudar o trajeto e não ficar no meio do fogo cruzado.
Por causa da operação, 45 escolas públicas do complexo não tiveram aulas. O sindicato Rio Ônibus, que representa as empresas, informou que 70 linhas de coletivos que passam pela Linha Amarela e Avenida Brasil sofreram mudanças no itinerário.
Já a UFRJ, suspendeu as provas e vai abonar as faltas nesta terça-feira (13). A Fiocruz, que fica próxima a Maré, também orientou que profissionais e alunos adotem o trabalho remoto.