O cometa 3I/Atlas segue mobilizando os cientistas e estudioso em sua trajetória no sistema solar. Segundo artigo de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Física, em Ahmedabad, Índia, o cometa pode ter sua rota alterada por Júpiter. "O cometa 3I certamente sofrerá perturbações tanto de Marte quanto de Júpiter em seus respectivos momentos de maior aproximação”, diz o estudo.
Segundo os astrônomos, isso acontece porque o 3I/Atlas vai passar muito próximo do Raio de Hill de Júpiter, medida que define a zona em que campo gravitacional de um planeta pode afetar outro objeto.
Em Marte, o efeito é menor, já que o cometa mantém uma distância maior em relação a Júpiter.
O encontro que vai abalar a rota do turista intergaláctico ocorrerá em março de 2026. Em seguida, ele deve se afastar do Sistema Solar, mas não na trajetória original.
Por conta da interação, o 3I/Atlas deve ser lançado em direção à constelação de Gêmeos em uma viagem que vai durar cerca de 100 anos.
Mapeando a jornada: a trajetória do 3I/ATLAS no sistema solar
Desde sua entrada em nosso sistema, o cometa está em uma rota veloz que o levará a cruzar as órbitas de vários planetas. A campanha de observação da NASA, que inclui telescópios terrestres e espaciais como o Hubble, o James Webb e o SPHEREx, está mapeando cada passo de sua jornada.
O cometa 3I/ATLAS passou recentemente por Marte. Este será um dos momentos cruciais para a observação.
Após seu encontro com Marte, a trajetória do cometa não para. Seu caminho o levará para a parte externa do sistema solar, com o próximo marco sendo uma passagem pela vizinhança de Júpiter.
Esta fase da viagem permitirá que os cientistas observem como a imensa gravidade do gigante gasoso pode influenciar a rota do cometa.
Mas porque ele tem esse nome?
O nome 3I/ATLAS é uma designação que combina informações sobre a natureza e a descoberta do objeto. "3I" indica que é o terceiro objeto interestelar confirmado (após 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov), e "ATLAS" refere-se ao sistema de telescópios (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) que o descobriu em 2025.
A partir de observações telescópicas, os astrônomos podem dizer que o 3I/ATLAS está ativo, o que significa que possui um núcleo gelado e uma coma (uma nuvem brilhante de gás e poeira que circunda um cometa à medida que se aproxima do Sol). É por isso que os astrônomos o classificam como um cometa e não como um asteroide.
Existe perigo desse objeto interestelar atingir a Terra?
Não. Embora a trajetória do objeto o leve para o interior do Sistema Solar, ele não chegará perto da Terra. À medida que o cometa 3I/ATLAS viaja pelo Sistema Solar, ele não se aproximará mais do que 1,8 unidade astronômica (cerca de 270 milhões de quilômetros) do nosso planeta.
Um visitante raro
Esses cometas são absolutamente estranhos. Todos os planetas, luas, asteroides, cometas e formas de vida em nosso Sistema Solar compartilham uma origem comum.
Mas os cometas interestelares são verdadeiros forasteiros, carregando pistas sobre a formação de mundos muito além do nosso.
É importante destacar: o cometa 3I/ATLAS não representa nenhuma ameaça para a Terra. Sua trajetória passa a uma distância segura do nosso planeta.
Cometa 3I/ATLAS é uma sonda alienígena? Astrônomo desmistifica boatos
O astrônomo do Observatório Nacional, Dr. Jorge Márcio Carvano, esclareceu o que realmente se sabe sobre esse raro visitante vindo de fora do Sistema Solar e compreender por que ele tem despertado tanto interesse.
Desde a descoberta do 3I/ATLAS, um pequeno grupo de físicos e astrônomos publicaram artigos sugerindo que o objeto poderia ser uma sonda alienígena. Essas publicações são altamente especulativas, combinando dados frequentemente preliminares com hipóteses nem sempre justificáveis.
“A imensa maioria dos astrônomos que tem estudado este objeto não vê nenhuma razão para esse tipo de associação”, esclarece.