
A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil) protocolou nesta terça-feira (6) um pedido no Supremo Tribunal Federal para afastar Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O pedido ocorre após uma perícia indicar que uma das assinaturas do acordo que manteve Ednaldo Rodrigues no cargo é falsa. O Congresso Nacional chegou a demonstrar vontade de convocar o presidente a depor, após tentativas falhas em CPIs.
"Pugna-se para que (...) seja determinado o afastamento imediato do Sr. Ednaldo Rodrigues do cargo de Presidente da CBF, tendo em vista as evidências suficientes que apontam a ocorrência de simulação no âmbito do referido acordo e as graves denúncias de gestão temerária no âmbito da mais alta entidade do desporto nacional", diz trecho do comento, acessado pelo Estadão.
A análise da perícia é sobre a assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, ex-vice-presidente da CBF e que foi presidente interino da entidade em duas ocasiões. A inspeção foi feita pela perita Jacqueline Tirotti, a pedido do vereador do Rio Marcos Dias (Podemos).
Segundo o documento obtido pelo Estadão, foram observados elementos que diferenciam a escrita. "A convicção que se pode depreender de todas as características observadas e considerando todas as limitações intrínsecas ao presente exame é de não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima", diz o texto.
A perícia questiona o fato de o nome ter sido assinado em 19 de janeiro, cinco dias antes da assinatura de fato do acordo, "já conferindo ao procurador poderes específicos para pleitear a homologação judicial de um acordo ainda inexistente à época".
Essa não é a primeira vez que uma assinatura de Nunes é alvo de polêmica. Em 2021, a mulher do coronel relatou à CBF que Rogério Caboclo pressionou Nunes a assinar uma procuração que concedia ao então presidente o poder de escolher seu substituto caso fosse suspenso. O ex-presidente negou a acusação na época.