A investigação sobre a onda de ataques a ônibus em São Paulo. A polícia tenta recuperar mensagens apagadas do celular de um dos presos para tentar finalmente descobrir quem está por trás dos crimes.
Em um ataque violento, na zona sul, a pedra atingiu uma passageira, que teve graves fraturas no rosto. A esperança dos investigadores está em recuperar as mensagens do celular que foram apagados pelo homem que foi preso nessa ocasião.
A principal linha de investigação da Polícia Civil, atualmente, aponta para disputas no próprio setor de transporte coletivo urbano, entre empresas ou no sindicato da categoria.
A polícia admite que pessoas sem ligação direta com o grupo criminoso podem estar se aproveitando para cometer ataques aleatórios. Até o momento, oito suspeitos foram presos. A demora da polícia em descobrir a motivação dos crimes e prender os responsáveis tem sido alvo de críticas.
Desde o dia 12 de junho, 466 ônibus foram atacados na cidade de São Paulo. Boa parte foi atingira em avenidas das zonas sul e leste. Em todo o estado, foram mais de 750 casos.
Nesta terça-feira (15), uma criança de 10 anos ficou ferida depois de atirarem uma bolinha de gude contra um ônibus na zona sul da capital. Ela seguia para casa com a mãe e foi atingida no banco por estilhaços de vidro. O garoto foi socorrido e não corre risco.
“No nosso ponto de vista, existe uma morosidade da polícia em relação a resolver. O crime continuado, quando não é elucidado, é incentivado”, disse Nailton Porreta, do sindicato dos motoristas e trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo.
O prefeito de São Paulo também pede uma resposta mais rápida da polícia.
“Mais um mês sem ter uma definição da Polícia Civil com relação à motivação e as pessoas que estejam coordenando esse trabalho, mas eu tenho certeza nessa continuidade da investigação, eles vão chegar nessa motivação, o que está ocasionando isso e vai trazer pra sociedade uma resposta, porque com certeza absoluta não vai haver impunidade”, disse Ricardo Nunes.