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Escolha de sucessor de Dalai Lama tem impasse entre China e líder budista

A escolha do sucessor do atual Dalai Lama, líder do budismo tibetano, tem um impasse entre o governo chinês e a liderança da religião. O atual líder, que completa 90 anos no domingo (6), chegou a apontar um caminho para a sucessão, mas a China, por sua vez, quer dar o aval para o novo líder.

O país considera o Dalai Lama como separatista entre o Tibet e a China e, por isso, tem o desejo de colocar o budismo tibetano sobre controle. O governo alega ter o direito de aprovar o sucessor do líder budista como legado dos tempos imperiais.

"A reencarnação do Dalai Lama, Panchen e outros grandes Budas vivos é realizada de acordo com rigorosos rituais religiosos e costumes históricos... e aprovada pelo governo central", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. 

Panchen Lama escolhido desapareceu em 1995

O atual Dalai Lama chegou a escolher o 11º Panchen Lama, segunda figura mais importante do budismo, que, após a morte do Dalai Lama, busca uma nova liderança para a religião. 

A questão é que a criança no Tibete apontada pelo Dalai Lama desapareceu em maio de 1995 e não foi vista desde então. Meses depois, a China nomeou Gyaltsen Norbu como Panchen Lama. Para os monges tibetanos, a escolha é vista como interferência política na sucessão do Dalai Lama.

Norbu é membro da Conferência Consultiva do Povo Chinês e vice-presidente da Associação Budista da China, controlada pelo Estado. Para os tibetanos, Norbu não é o Panchen Lama e sim, um Panchen da China, já que não foi selecionado pelo Dalai Lama. 

A China teme a influência crescente de grupos radicais tibetanos no exílio e quer, por isso, evitar o surgimento de uma nova liderança carismática como o 14º Dalai Lama ou até mesmo a existência de dois detentores do título – um aprovado por Pequim e outro reconhecido pelos exilados.

Já os tibetanos, por sua vez, desconfiam que a China esteja querendo instrumentalizar a sucessão para influenciar a comunidade. Pequim nega reprimir os direitos do povo tibetano, e afirma que pôs fim a um regime de servidão e trouxe prosperidade a uma região antes atrasada.

Como o sucessor de Dalai Lama será escolhido?

A tradição dita que a busca começa após a morte de um dalai-lama. A responsabilidade de encontrar sua reencarnação recai sobre os lamas (mestres) mais elevados, que seguem um mapa de pistas místicas, guiados por visões e profecias, mas também por instruções deixadas pelo antecessor.

Munida dessas pistas iniciais, a busca começa, levada a cabo por uma equipe disfarçada. Os lamas procuram sinais físicos particulares no corpo do candidato, como orelhas grandes ou marcas auspiciosas.

Ao encontrá-lo, os monges confrontam o candidato com objetos do dalai-lama em sua vida anterior, como terços ou bastões, para que ele os identifique, sem hesitar. Outros elementos de prova de reencarnação são a capacidade de reconhecer pessoas próximas do dalai-lama em sua vida anterior ou de lembrar de sua vida passada.

Uma figura importante consultada nesse processo é o Panchem Lama, segunda figura espiritual mais importante. Mas em 1995, poucos dias depois de Dalai Lama reconhecer Gedhun Choekyi Nyima, de seis anos, como novo panchen lama, o garoto desapareceu com a família. 

Organizações de direitos humanos denunciaram o episódio, classificando-o de sequestro de motivação política. No lugar da criança, a China instalou seu próprio candidato e aprovou leis que dão ao Partido Comunista o poder de autorizar todas as reencarnações.

Fonte: Band.
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