
A confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul causou temor sobre o mercado de frango e ovos do Brasil. Países importadores suspenderam a compra do Brasil por 60 dias, até que se controle a propagação da doença. Com isso, há a expectativa dos preços abaixarem nacionalmente.
Mas, em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, disse os preços não devem ter grande alteração no mercado interno.
"Há possibilidades para essas remessas. Algumas das mercadorias que iriam para a China, Europa e México, elas serão redirecionadas para os quase 100 países que não suspenderam e outra possibilidade é que as empresas têm possibilidade de armazenagem e controla para não ter um desequilíbrio do mercado interno", explica.
O presidente da associação afirmou que, muitas vezes, as partes dos frangos que são exportados não são populares no consumo interno. "A China importou, só no ano passado, 350 mil toneladas de pés e patas de frango. Aí pensamos: se voltar para o Brasil, isso vai fazer o preço cair? O brasileiro não tem hábito de consumir isso", diz.
Ricardo Santin afirma que poderá haver uma variação nos preços, mas nada que afete totalmente os valores. Sobre os ovos, que também tiveram a exportação suspensa, o presidente pontua que não haverá mudança expressiva nos valores.
"A exportação do ovo é menos que 1% da produção total. 99% do que é produzido já fica para o brasileiro. É um número ínfimo e já produzimos 59 bilhões de ovos", explica. Segundo ele, o volume é pequeno e os impactos nos preços podem ser pontuais.