São Paulo, o estado mais populoso do país, capital financeira do Brasil e também do Primeiro Comando da Capital, facção que mantém uma hegemonia há décadas e quem tenta interferir no monopólio do crime se torna alvo do grupo criminoso.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro o Comando Vermelho disputa territórios com a milícia e o terceiro comando puro. São confrontos quase que diários.
O atlas da violência, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou a divisão territorial entre as facções. Comando Vermelho domina o Rio e a Bahia. Já o PCC, São Paulo, Minas, Goiás, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Roraima. Nos outros estados, os dois grupos disputam poder na bala.
Em fevereiro um acordo de não agressão entre o CV e o PCC chamou a atenção. O "salve de paz", como é conhecido, valia principalmente no sistema prisional e no tráfico de drogas e armas, mas nessa semana tudo mudou.
Nas redes sociais, os traficantes do Rio circularam postagens afirmando que não mantem mais a aliança e ameaçam: "é guerra, o negócio é geral ficar na escuta e matar PCC". Em outro comunicado, o PCC diz que o objetivo do acordo era poupar vidas e que "questões que ferem a ética do crime nunca foram nem serão aceitas em nenhuma aliança".
Investigações do Ministério Público de São Paulo apontam que o fim da trégua entre as duas maiores facções criminosas do Brasil se deu por interesses territoriais de disputa por tráfico de drogas e armas e a falta de apoio dos principais chefes dos bandos, que estão em presídios federais.
Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho cumpre pena no Mato Grosso do Sul. Já Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC está no presídio federal de Brasília.
Durante o acordo de não agressão que durou dois meses, a polícia do Rio descobriu que o Terceiro Comando Puro arquitetou parcerias específicas com o PCC. Essa aproximação agora é investigada pra monitorar os próximos passos das organizações criminosas.