
Criada pelo Senado em novembro de 2024, a CPI das Bets foi instalada para investigar “a crescente influência dos jogos virtuais de apostas on-line” no Brasil. Nesta terça-feira (13), a comissão parlamentar de inquérito ouviu a influenciadora Virginia Fonseca, convocada a depor como testemunha.
Diferentemente da CPI das Apostas, criada em abril de 2024 e que investiga denúncias e suspeitas relacionadas a manipulações de resultados no futebol brasileiro, a CPI das Bets apura a propaganda irregular de jogos de azar na internet.
Segundo o requerimento, a CPI "também vai investigar a possível associação das empresas de apostas on-line com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro, bem como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades".
A responsável pelo requerimento de criação da CPI das Bets é a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da comissão. Dr. Hiran (PP-RR) é o presidente da CPI, com Alessandro Vieira (MDB-SE) de vice.
CPI das Bets mira influenciadores
Virginia Fonseca não deve ser a única influenciadora a ser ouvida pela CPI das Bets. A comissão considera como essenciais os depoimentos de celebridades digitais para entender como funciona a divulgação de jogos de azar e como novos apostadores são atraídos.
Virginia, por exemplo, foi convocada como testemunha pois é apontada como uma das principais responsáveis pela divulgação de empresas de apostas online na internet. Ela tem 53,4 milhões de seguidores somente no Instagram.
Quem mais foi convocado pela CPI das Bets?
A advogada e influenciadora Adélia Soares, que representa a também advogada e influenciadora Deolane Bezerra, será conduzida coercitivamente para depor como testemunha na CPI das Bets. Adélia havia sido convocada para depor no dia 29 de abril, mas não compareceu. A condução foi autorizada pela Justiça Federal de São Paulo, a pedido da comissão.
Deolane seria ouvida pela CPI, mas a oitiva foi barrada por decisão do ministro do André Mendonça, do STF.
O empresário Daniel Pardim Tavares Gonçalves, também convocado na condição de testemunha, foi preso no dia 29 de abril sob a acusação de falso testemunho. Ele se negou a detalhar sua participação na empresa Peach Blossom River Technology.
A defesa dele, liderada pelo advogado Lucas Monteiro Faria, afirma que não foi respeitado o direito ao silêncio e que a CPI não respeitou a condição de testemunha de Pardim. O representante jurídico classificou o episódio como um abuso de autoridade.
O caso foi usado pela defesa de Virginia Fonseca para embasar o habeas corpus impetrado no STF.