
A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro, o filho dele, Carlos Bolsonaro e o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem por chefiar a 'Abin Paralela' durante a gestão Bolsonaro.
Segundo a investigação da PF, a Agência Brasileira de Inteligência foi usada ilegalmente para investigar e espionar adversários políticos de Bolsonaro, ministros e parlamentares. O órgão afirma que a Abin foi usada durante o governo de Bolsonaro para monitorar diversas autoridades.
Carlos Bolsonaro seria o idealizador da 'Abin paralela', que teria entrado em vigor na época em que Alexandre Ramagem comandava o órgão. Ele chefiou a Abin entre 2019 e março de 2022. Carlos teria designado missões ao diretor - como, por exemplo, provar uma suposta ligação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes Alexandre Moraes com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Além dos políticos, a PF pediu o indiciamento da atual cúpula da agência, incluindo o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa e o chefe de gabinete, Luiz Carlos Nóbrega.
Quem foi monitorado?
Ministros do governo Bolsonaro
- Abraham Weintraub, da Educação;
- Anderson Torres, da Justiça;
- Flavia Arruda, da Secretaria de Governo;
- Carlos Alberto dos Santos Cruz; antecessor de Flavia na Secretaria de Governo.
Deputados federais
- Alexandre Frota;
- Joice Hasselmann;
- Kim Kataguiri.
Senadores integrantes da CPI da Covid-19
- Otto Alencar;
- Rogério Carvalho;
- Omar Aziz;
- Humberto Costa;
- Alessandro Vieira;
- Renan Calheiros;
- Simone Tebet;
- Soraya Thronicke;
- Randolfe Rodrigues.
Outros espionados, segundo a investigação da PF
- O então governador de São Paulo João Dória, eleito com o apoio de Bolsonaro;
- Camilo Santana, do PT, que governou o Ceará;
- Os ministro do STF Luis Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes;
- O então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia;
- O ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia;
- O advogado Roberto Bertholdo.