
Novas imagens obtidas pelo Jornal da Band mostram a casa de shows do Clube Sírio em São Paulo lotada. Era agosto de 2022. As câmeras flagraram a confusão e a reação das pessoas logo após o disparo. Nesse momento o show para.
O campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, foi atingido com um tiro na cabeça pelo policial da Rota Henrique Velozo. O crime aconteceu depois de uma briga entre o PM e o grupo que estava com o lutador. Um grande número de policiais chega ao local. Imagens mostram o lutador ferido saindo de maca da casa de shows. Leandro chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.
No depoimento, o PM disse que levou um golpe de Leandro que o deixou inconsciente.
“Ele fez uma transição para minhas costas e efetuou um mata-leão, que é um estrangulamento pelas costas, utilizando já o braço inteiro. Nesse momento, eu já apaguei, tive hipóxia, provavelmente. Poucos momentos após eu recobrei a consciência. Nesse momento, um amigo dele ainda tentou tomar minha arma, outro aparentemente da minha altura”, disse o PM em depoimento.
Logo após atirar no lutador, o policial foi até uma casa noturna, em outro ponto da cidade. Ele entra tranquilamente. Depois, sai acompanhado de uma garota de programa.
No julgamento que começa nesta quinta-feira (22), a defesa do policial - que está preso - vai tentar sustentar a tese de legítima defesa.
“Até agora a acusação trouxe apenas então somente pessoas que participaram do ataque contra o Velozo, que estão, na verdade, se defendendo e não testemunhando, e dando ao caso uma versão absolutamente fantasiosa”, afirma Claudio Dalledone, advogado de defesa de Velozo.
Para os advogados da família de Leandro, o PM agiu com extrema frieza.
“Se ele realmente age em legítima defesa, qual seria a atitude de um oficial da PM? Chamar seu superior, pedir socorro para a vítima? Mas não”, afirmou o advogado da família da vítima, Adriano Sales.