
A discussão sobre a redução dos limites de velocidade em vias urbanas ganha força no Brasil, com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) defendendo uma medida para diminuir o número de acidentes e mortes. A proposta, ainda em fase de consulta pública, divide opiniões entre especialistas e motoristas, gerando um debate sobre a segurança no trânsito e a fluidez do tráfego.
A Senatran propõe que o limite de 30 km/h seja adotado em trechos urbanos, enquanto vias de maior fluxo, que conectam bairros e regiões, teriam velocidades entre 40 km/h e 50 km/h. Segundo o coordenador de Engenharia de Via da Senatran, Marco Antonio Vivas Motta, as cidades que já implementaram a redução de velocidade registraram uma diminuição entre 20% e 30% no número de mortes no trânsito. Para ele, as novas diretrizes são sugestões para que cada município as adote de acordo com a sua realidade.
A discussão sobre o tema ganha peso com dados alarmantes: um terço das mortes no trânsito no país é causado pelo excesso de velocidade.
Cidades brasileiras como exemplos de sucesso
A redução de velocidade não é uma ideia nova no Brasil. Em Fortaleza, por exemplo, diversas avenidas já tiveram o limite reduzido de 60 km/h para 50 km/h. Em São Paulo, a maioria das ruas e avenidas tem velocidade máxima de 50 km/h.
Outro caso de sucesso é a capital paranaense. Há dez anos, Curitiba implantou a "Área Calma" no centro da cidade, com velocidade máxima de 40 km/h. A iniciativa resultou em uma queda de cerca de 30% no número de acidentes no local. Apesar da medida, nem todos os motoristas respeitam o limite, o que mostra um desafio na fiscalização e na conscientização.
As opiniões sobre a medida da Senatran se dividem. Enquanto especialistas em trânsito defendem a redução como uma forma eficaz de salvar vidas, muitos motoristas se preocupam com o impacto na mobilidade e no tempo de deslocamento.