
Os reservatórios que abastecem a capital paulista e a Grande São Paulo registraram os níveis mais baixos desde a severa crise hídrica de 2015, acendendo um alerta para o risco de desabastecimento.
A média dos sete sistemas operados pela Sabesp está em 39,9% de sua capacidade, um índice considerado preocupante por ser inferior ao registrado no período que antecedeu a última grande seca. A situação é agravada pela falta de chuvas significativas e pela previsão de continuidade do tempo seco.
A queda nos níveis tem sido constante, impactada diretamente pela estiagem. Em julho, o volume de chuva foi de apenas 27% do esperado para o mês. Atualmente, os sistemas Rio Claro (26,5%) e Alto Tietê (31,9%) apresentam as situações mais críticas.
O Sistema Cantareira, o mais conhecido, opera com cerca de 37% de sua capacidade. Em 2015, no auge da crise, o nível geral chegou a cair para 11,8%, forçando o uso do chamado "volume morto".
Apesar do cenário alarmante, a Sabesp afirma que, no momento, não há risco de racionamento de água. A companhia estatal justifica a segurança hídrica atual pelas obras de infraestrutura realizadas após a crise de 2015, que permitiram a integração entre os sistemas de abastecimento.
Essa interligação possibilita a transferência de água entre os reservatórios, garantindo maior flexibilidade na gestão dos recursos.
Mesmo com a garantia da Sabesp, a situação exige atenção e colaboração da população. Com um bloqueio atmosférico impedindo a chegada de frentes frias e chuvas relevantes nas próximas semanas, o apelo é para o consumo consciente de água.