O ex-jogador Robinho foi transferido da Penitenciária II Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como Tremembé, para o Centro de Ressocialização de Limeira (SP), nesta segunda-feira (17).
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a transferência foi feita após pedido da defesa do ex-jogador, com passagens pela Europa, Santos e Atlético-MG, alegando bom comportamento do réu e a possível desativação de Tremembé. A defesa deu três locais como alternativa, são eles: Bragança Paulista, Rio Claro e Limeira.
Robinho está preso desde março de 2024 e teve novo pedido de liberdade, por meio de recurso, negado em setembro deste ano.
O atleta foi condenado pela Justiça italiana por participar de um estupro em 2013, na cidade de Milão.
A decisão da corte italiana foi aceita pelo judiciário brasileiro, que negou o pedido inicial de extradição mas deu cumprimento à pena, de nove anos de prisão.
Relembre condenação
Robinho foi condenado pelo estupro de uma jovem albanesa, em Milão, em 2013, quando atuava pelo Milan. O ex-atacante foi acusado junto com outros cinco amigos. Um deles, Roberto Falco, também está preso, e os outros ainda não foram julgados.
Após perder em todas as instâncias na Justiça italiana, o Ministério de Justiça do país pediu, então, que a sentença de nove anos de prisão fosse cumprida no Brasil, após ver o pedido de extradição ser negado pelo Brasil. Desde abril de 2024, o ex-jogador estava no presídio do Vale do Paraíba.
No início do mês, a Justiça concedeu uma redução de 69 dias na pena de 9 anos, a qual Robinho foi condenado, devido à realização de estudos.
A penitenciária de Tremembé
A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, popularmente conhecida como P2, costuma receber presos de casos de grande repercussão e comoção social. A unidade tem capacidade para mais de 390 presos entre o regime semiaberto e fechado.
Construída em 1948, a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado passou por uma reestruturação significativa após uma rebelião em 2000, que resultou na destruição parcial de suas instalações.
Desde 2002, tornou-se destino para os denominados "presos especiais". Em reconhecimento à sua gestão exemplar, a penitenciária recebeu o prêmio de "Modelo de Gestão Penitenciária" em 2003.
A capacidade da penitenciária é projetada para acomodar até oito presos por cela, sem enfrentar problemas de superlotação. Ademais, há nove celas individuais disponíveis.
Oferecendo oportunidades de trabalho e educação, os detentos têm acesso a uma variedade de atividades produtivas, como a participação em uma oficina de reforma de carteiras escolares, uma fábrica de fechaduras, uma unidade de produção de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário, e uma oficina de artesanato. Além disso, são oferecidas aulas de teatro e grupos de leitura, visando à reabilitação dos detentos e à remição de suas penas.
A unidade está integrada a um complexo prisional da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o qual inclui mais quatro unidades na mesma cidade. Essas instalações compreendem três penitenciárias e um centro de progressão.
Entre elas, a P1 Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier é destinada à custódia de detentas ilustres como Suzane Richthofen, Elize Matsunaga e Ana Carolina Jatobá.
Presos famosos
A penitenciária de Tremembé (SP) é conhecida nacionalmente por abrigar detentos de casos de grande repercussão, como Robinho, Alexandre Nardoni, Gil Rugai, Lindemberg Alves, Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Ana Carolina Jatobá, Fernando Sastre e Thiago Brennand, entre outros.
A transferência de detentos para Tremembé visa garantir a segurança e a privacidade dos prisioneiros. Os procedimentos e o tratamento dos presos são os mesmos aplicados em outras unidades do estado de São Paulo, com a diferença no perfil dos detentos nessas unidades, com o intuito de prevenir conflitos.