
Os avisos são rotina em estações de metrô ao redor do mundo. Estão por toda parte: placas, avisos, alertas sonoros. Em Londres, por exemplo, o famoso "Mind the gap" virou símbolo da cidade. Em bom português: "cuidado com o vão entre o trem e a plataforma".
Entre os mais jovens, virou até trend nas redes sociais - vídeos de gente "superando o desafio" de pular o vão com precisão. Parece brincadeira, mas na vida real, o risco é sério - e pode ser fatal. Como aconteceu nesta semana com Lourivaldo Nepomuceno, de 35 anos. Ele morreu esmagado ao ficar preso entre a porta de segurança e o trem na Linha Lilás do metrô de São Paulo. Segundo a concessionária, ele ignorou os sinais de alerta.
Nos horários de pico, confiar apenas em placas e alertas sonoros não basta. Mesmo quem está atento pode se envolver em um acidente. Em estações sem portas de proteção, basta um momento de distração, um empurrão, acidental ou não - para alguém cair nos trilhos.
Metrôs em países da Europa e da Ásia já contam, há anos, com sensores que detectam a presença de pessoas ou objetos no vão. Ao menor sinal, a operação é interrompida imediatamente.
Em nota, a ViaMobilidade, concessionária da Linha 5-Lilás, informou que até março do ano que vem deve instalar dispositivos para detectar passageiros no vão. Atualmente, na linha, só existem sensores que impedem a partida dos trens com as portas abertas.
Já o Metrô de São Paulo, responsável pelas demais linhas, com exceção da Amarela e da Lilás, diz que 28 das 63 estações operadas diretamente pela Companhia contam com portas de plataforma e sensores de segurança.