
Dois dias depois de anunciar o tarifaço contra o Brasil, Donald Trump disse que deve conversar com o presidente Lula em algum momento - mas não agora. Hoje, a China criticou as taxações de Trump.
Donald Trump estava embarcando para o Texas para acompanhar os trabalhos de resgate às vítimas das enchentes do Rio Guadalupe quando foi questionado sobre o tarifaço imposto ao Brasil e se conversaria com o presidente Lula.
Ele voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele está sendo tratado de forma injusta por Lula.
“Eu o conheço bem, já negociei com ele e ele é um bom negociador. Posso te falar que ele é um homem muito honesto e ama o povo brasileiro”, disse.
Canadá terá acréscimo de 35% em taxas
Trump também confirmou que o vizinho Canadá terá um acréscimo de 35% nas taxas. Canadá e Brasil foram os mais penalizados entre os 23 países taxados.
Para o Canadá, o argumento é que o país não conseguiu controlar o tráfico de fentanil para os Estados Unidos.
Menos de 1% do fentanil apreendido no ano passado nos Estados Unidos veio do Canadá. Mark Carney, o primeiro ministro canadense, disse que já aumentou a segurança na fronteira e que não sabe o que mais o governo Trump quer que seja feito.
Os países da União Europeia também serão sobretaxados em até 25%. Diplomatas do bloco dizem que já mandaram uma contraproposta para Trump, mas não receberam resposta.
Desde que anunciou o primeiro tarifaço, as pesquisas têm mostrado uma queda na popularidade de Trump na forma como lida com a economia. O medo é a disparada da inflação dos produtos importados.
Um levantamento feito pelo The New York Times mostra uma inversão da opinião pública. No começo do mandato, 36% desaprovavam as medidas econômicas de Trump. Agora, o número passou para 50%.
China defende o Brasil
Nesta sexta-feira, a China defendeu o Brasil e criticou o tarifaço de Trump.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que " não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta das Nações Unidas e normas básicas nas relações internacionais". E que "tarifas não devem ser um instrumento de coerção, intimidação ou interferência".